A Fragilização da Saúde Mental em Tempos Pandêmicos: Reflexões Sobre o Setembro Amarelo

Por Caroline M. Nunes, CRP 07/28381

Neste mês de setembro estaremos engajados na campanha do setembro amarelo. O “Setembro Amarelo” é uma campanha de prevenção ao suicídio, no qual requer ainda mais a nossa atenção neste ano, entendendo que, com o surgimento da pandemia, pessoas que já apresentavam alguma fragilidade psíquica, se encontraram ainda mais vulneráveis e propensas ao adoecimento psicológico.

Com estatísticas cada vez maiores, os casos de suicídio cada vez mais aumentam, se configurando como um problema de saúde pública. Apesar de diversas estratégias preventivas ao suicídio, uma pessoa ainda morre por suicídio a cada 40 segundos, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O suicídio se dá por múltiplos fatores e em sua maioria, são decorrentes de transtornos mentais que por vezes, acabam não sendo diagnosticados e tratados em tempo, principalmente pelo tabu e pela banalização do adoecimento psíquico. Em decorrência destes fatores, é uma maneira de comunicar um sofrimento em seu estágio mais avançado que levam o sujeito a desistir de viver. Por isso, discutir sobre o suicídio é uma demanda urgente, visto que, é uma das principais causas de mortalidade no mundo, prevalecendo entre os jovens do sexo masculino, sendo o estado do Rio Grande do Sul com a maior taxa de suicídio no Brasil.

O suicídio geralmente é acompanhado de ideações suicidas, trazendo sinais que por vezes, são percebíveis. Frases como “eu sou um peso para as pessoas”; “eu quero deixar de existir”; “os outros vão ser mais felizes sem mim”; “eu não aguento mais; “só quero dormir e nunca mais acordar”; evidenciando a falta de perspectivas futuras, isolamento e falta de esperança, são alguns dos principais fatores que levam as tentativas de tirar a própria vida.

Mais do que prevenir o suicídio, o “Setembro Amarelo “é uma oportunidade para que as organizações possam falar e agir em prol da saúde mental, promovendo espaços de discussões com os trabalhadores por meio da SIPAT, palestras e rodas de conversas sobre o tema. Lembrando que falar sobre saúde mental não deve ser apenas no mês de setembro, por isso, é de extrema importância que a organização de trabalho pense em intervenções de médio a longo prazo que proporcionem bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores. Assim, é responsabilidade da instituição prestar de alguma maneira suporte psicológico ao trabalhador, bem como, construir um lugar de confiança para que o trabalhador consiga falar sobre o seu sofrimento.

Como você pode ajudar alguém que está passando por um sofrimento psíquico e apresentando ideações suicidas:

  • Escute atentamente, sem julgamentos
  • Acolha os sentimentos da pessoa e expresse respeito e empatia
  • Demonstre preocupação, cuidado e afeto
  • Encoraja a pessoa a buscar por apoio profissional
  • Indique apoios especializados por meio do Centro de Valorização da Vida (188), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), bem como apoio psiquiátrico e psicológico.

Valorize o sofrimento do outro. Você pode salvar a vida de alguém!

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A Caroline é Psicóloga, parceira da Corpo em Ação e trabalha com ênfase na saúde do trabalhador.

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